quinta-feira, 28 de junho de 2012

O poder do networking na carreira acadêmica

Artigo traduzido do original "Little Things I Wish I'd Known Before Starting Grad School: Part 1"

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Ontem eu estava pensando sobre os meus primeiro anos na faculdade. Eu relembrei minha semana de entrevistas (equivalente ao vestibular), encontros com professores, visitas aos laboratórios, aceitando propostas, mudando-me para uma nova cidade para poder estudar, alugando um apartamento, e finalmente iniciando o curso. Então eu pensei sobre coisas que poderiam ter feito minha experiência mais apreciável.

Eu pensei sobre as minhas escolhas profissionais até o presente momento, e o que eu desejava ter sabido e feito para tornar minha procura por um emprego ideal acontecer mais cedo do que realmente aconteceu. Isto me deu uma idea para uma série na qual eu desejo compartilhar alguns "insights" sobre o que eu queria ter feito ou sabido quando eu embarquei na grduação, e mais tarde na minha experiência de pós-doutorado. Eu penso que essas dicas poderiam ter feito minha vida mais fácil se eu as tivesse conhecido e/ou posto em prática mais cedo. 

Networking como um profissional

Eu já ouvi o termo "networking" quando estava na graduação. Ele pareceu um pouco aborrecido naquela época. Eu fui a alguns seminários sobre carreira voltados a estudantes de graduação, mas eu nunca dei muita atenção a eles. Eu sou muito extrovertido (sou conhecido por manter conversações com vencedores de Prêmio nobel sobre qualquer coisa relativa a ciências) então eu pensei que o tal "networking" viria naturalmente. Eu tinha alguns amigos que diziam que esta característica poderia me ajudar, mas eu nunca pensei muito sobre isso. 

Então, no ano passado, quando eu estava procurando por emprego, surgiu uma ideia de que se eu procurasse retornar ao meu campo de treinamento em biologia estrutural, eu nunca poderia cortar os laços com o campo. Eu nunca deveria  parar de ler artigos, checar os artigos mais recentes da área... mas o mais importante, eu deveria manter 'ganchos' e pessoas nos laboratórios nos quais eu estava interessado.

Durante quase todo seminário de carreira que eu participava, eu sempre ouvia a mesma coisa: "Muitos empregos não são encontrados via sites de de procura de empregos, mas através de contatos, através de pessoas na nossa rede (daí o termo 'networking')". No meu caso, um amigo no Twitter compartilhou um link (e mais importante, encorajou-me) a 'dar um tempo" na minha posição atual. 

Eu não estava muito disposto a me candidatar, principalmente porque eu ficaria fora do meu campo por dois anos, algumas coisas mudariam, e eu não estava seguro de que minha mudança de disciplina poderia realmente cair bem com minhas novas aspirações profissionais.

 Por sorte, eu mantive um bom relacionamento com meu mentor, e eu tive um excelente treinamento (e cartas de recomendação) as quais me tornaram competitivo. ptúú (som de cuspe sendo atirado ao longe)

A procura épica por emprego em 2011 serviu como uma lição, como uma forma de mostrar a mim que o importante é manter os tais 'ganchos' no campo, especialmente aquele que podem se tornar em mentores ou colaboradores no futuro. Isso me mostrou que nunca é cedo para encontrar pessoas e fazer contato, especialmente durante a fase de treinamento. Isso também me mostrous que uma conferência importante da qual eu participei durante minha graduação serviu como uma forma de encontrar professores e seus orientandos para futuras referências.

 

Nunca é a hora errada para econtrar e agradecer pessoas. Eu estou feliz porque minha faculdade encorajava fortemente os estudantes e pós-doutorandos a encontrar-se com visitantes de altíssimo gabarito, sair para lanchar ou jantar e conversar com eles. Eu apenas desejava que isso tivesse acontecido mais cedo para mim.

Com isso, eu digo a vocês que é muito importante tirar vantagem dos compromissos sociais com pessoas no nosso campo, especialmente se você estiver interessado em continuar nele de uma forma ou de outra. É importante manter aqueles relações vivas, até que você conheça alguém que você sinta que será importante na sua área, agora ou para o futuro, enviar-lhe um e-mail de vez em quando, oferecer-se para encontrá-lo em palestras ou conferências que vocês dois vão participar. Se este contato estiver no Linkedin ou Twitter, interagir com ele ou com seus orientandos, ver como eles estão confortáveis com seu chefe, e o quanto ele oferece de suporte aos seus subordinados (essas pistas lhe darão indicativos do quanto você se sentirá confortável nesse grupo).

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Mas mantenha em mente, isso é uma via de mão dupla, pense sobre o conhecimento e 'expertise' que você terá que oferecer, você poderá ter que dominar uma técinca ou caminho com a qual seu futuro chefe pode também não estar totalmente familiarizado. Não fique com medo de futuras colaborações. Mais importante, enquanto você está sob as asas do seu orientador de pós-doc ou doutorado, tire vantagem da rede dele e expanda a sua. Peça a ele para apresentá-lo a essas pessoas-chave, especialmente quando elas estiverem visitando-o, ou enquanto ambos estiverem em uma conferência. Se eles estiverem na mesma faculdade, ofereça-se para conduzir uma visita aos laboratórios, ou convide-os para seus seminários. Eu fiz isso, e foi uma das experiências mais recompensadoras que eu já tive. Adicionalmente, esse mentor é um dos meus 'referees', e ele agora sabe quem eu sou e que sou mais do que uma simples "pessoa" que ele encontrou por aí em uma visita de rotina. Ele está atento ao que eu já fiz e estou fazendo, e sabe que são coisas importantes.

 

 

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